Na sua intervenção no debate organizado pelo Movimento Cívico da Linha do Tua em Bragança a 17 de Janeiro de 2009, João Joanaz de Melo, Professor da Universidade Nova de Lisboa expõe aquelas que lhe parecem ser as principais falácias de todo o Plano Nacional de Barragens, desde à capacidade que essas barragens vão acrescentar à produção nacional de energia até ao impacto que elas têm no terreno.
Duração total: 17:57
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Algumas Notas:
- sobre as alterações climáticas => serve de pretexto para este plano
- uma das regiões mais importantes a nivel de biodiversidade no planeta é a peninsula iberica
- oil peek – desde a viragem do milenio que o preço do petroleo deixou de ser politico e passou a ser conduzido pela procura, principalmente da china e da india
- as grandes barragens produzem energia com recursos renovaveis mas não é sustentavel, ou seja o grau de destruição que uma barragem implica para a produção de energia é muito maior do que de outras fontes de energia, até de centrais termoeletricas”.
- quem gasta energia em portugal – transportes; domestico cerca de um terço, sector industrial tem vindo a melhorar e sector do comercio a piorar
- não estamos a cumprir as metas de quioto, portugal de 1990-2010 devia poder aumentar no maximo 27% a emissão de gases com efeito de estufa… em 2004 já tinhamos aumentado 40%.
- intensidade energética – gastamos +10% de energia para produzir um euro de riqueza do que a média da ue27 (…) ou +20% da ue15
- variação da intensidade energetica nos ultimos anos => ue -6% pt -2%. e temos uma eficiencia energetica pior do que em 1990
- o plano nacional de barragens (10 barragens) significa +3% da produção de eletricidade do pais, como a electricidade corresponde a cerca de 20% da energia do pais.
- barragem – destruição completa da paisagem original. no caso do tua é substituição de uma paisagem unica em portugal e no mundo por uma albufeira igual a todas as outras
- destruição dos solos – os solos não ficam inutilizados durante 70 anos [tempo de duração da concessão da barragem], ficam a render para a edp por 70 anos, porque os solos ficam inutilizados para sempre, milhares de anos…perda de qualidade a nivel de turismo da natureza
- alternativas – melhorar eficiencia; substituir as fontes de energia (usar fontes de menor impacto do que o grande hidrico)
- com um investimento de 400 M€ 1/5 do que custa o plano nacional de barragens inteiro poderiamos poupar no minimo 6% ou até 10% do total do consumo
Já algum tempo viajei com a minha familia desde a Regua, até Mirandela, pela linha do tua, e ficamos encantados pela paisagem, um tesouro da região e da humanidade, mas tambem ficamos muito decepcionados com a falta de aproveitamento turistico,… Muito provavelmente se tal beleza natural existisse num pais estranjeiro seria muito mais aprovetada e valorizada.
viva carlos. não sabia que conhecias o meu blog/podcast.
realmente toda essa região é fantástica mas concordo contigo em relação ao aproveitamento turistico.
vê-se muitas placas do tipo rota disto, rota daquilo mas depois quer-se encontrar um restaurante, museu ou algo do género e é muito dificil…
[…] critica 1: produção de energia – as barragens projectadas pelo plano de barragens vao produzir mais 3% do total de energia. um maior aumento poderia ser conseguido se se procedesse à modernização das infraestruturas actualmente existentes. ler/ouvir intervenção de joão joanaz de melo. […]