Conversa com José Freitas – podcast

Nesta edição do Porto em Conversa falei com José Freitas, jornalista no Jornal Primeira Mão e Rádio Lidador.

O tema foi a comunicação social e os desafios e alguns constrangimentos com que tem que lidar no mundo actual da informação instantânea e permanente da Internet.

Também falamos do papel do “jornalismo do cidadão” e qual o papel que pode ter no actual mundo das notícias.

Duração total – 38:41

Podem descarregar o programa directamente ou subscrever o podcast através deste link .

Algumas notas:

  • o que diferencia os jornalistas dos bloggers, obrigação do principio do contraditório, confirmação das fontes.
  • bloggers podem ser parceiros e complementos aos jornalistas
  • os cidadãos dão o quê e os jornalistas dão o porquê => mas há também a componente de profissão, fazer porque é a sua profissão. jornalista por ordem profissinoal tem que ir
  • 04:00 – “…cada um [blogger/jornalista] terá as suas funções, a pessoa que em casa quer ser um pouco uma espécie de jornalista mas que “hoje até nem me apatece estar agora a escrever sobre determinada coisa, ou ir aquele sitio para poder escrever sobre isso” não vai, não tem essa obrigação. o jornalista por questões de ordem profissional tem que ir, se o “chefe” lhe indica, é preciso ir ali, terá que ir e terá depois que contar a história…nem todas as historias, nem tudo aquilo que é informação poderá ser interessante para o jornalista-cidadão ou para aquelas pessoas que agora surgem a relatar coisas que… de facto só relatam porque têm interesse nelas, se não tiverem interesse nelas não vão relatar.”
  • 05:00 – confiança (também no jornalismo) é algo que se constroi
  • 08:40 – qualidade do jornalismo – como sobreviver ao excesso de informação
  • 09:20 – “durante muitos anos tivemos em Portugal aquilo que se convencionou chamar o Portugal Sentado que era as questões do governo, as conferências, debates, seminários, mas não havia povo, não havia rua, não havia vida nessas noticias…”
  • “excesso de informação quer dizer que é boa informação?”
  • 11:50 – necessidades do jornalismo actual: “análise, informação, concreta, correcta, bem trabalhada, bem desenvolvida, bem escrita, e depois amplamente ilustrada com uns infograficos, com fotografias bonitas ou que enquadrem bem a informação, que dêem informação extra, se calhar uma ou outra ilustração, (…) o problema é que isso custa dinheiro”
  • 13:00 – “é complicado estar a enviar alguém para a rua para fazer uma história que só pode passar daqui a uns três ou quatro dias porque há que contactar com x, y, z e isso não pode ser porque é tempo perdido e temos que seguir em frente porque há outras histórias, outras notícias…”
  • 14:00 – mas há mesmo notícias para transmitir?
  • 15:15 – jornalistas ainda servem como ferramenta para os cidadãos fazerem pressão sobre outros
  • 17:00 – a noticia é importante ou relevante tendo em conta aquilo que nós pensamos
  • 19:00 – os jornalistas têm que ser especialistas em todos os assuntos e nas ferramentas (audio, video, fotografia, grafismo, …), empresarialmente dá jeito…
  • 21:00 – quais as especificidades de cada meio – jornal, audio, video, web
  • 22:00 – “…aquela notícia já está feita só tem é que ser transportada para outro plano… se vamos estar a refazê-la, estamos a fazer a mesma noticia duas vezes…”
  • 26:00 – o jornalismo regional – “não é por falta de noticias que não se tem noticias”. “há demasiadas coisas, não se consegue é estar em todo o lado”
  • 27:50 – jornalismo como gestor de comunidades? => paralelo com correspondentes.
  • 32:00 – não há noticias do país… por concentração dos meios, quer jornalistas, quer pessoas… falta de massa humana nos locais