Representantes do Porto – Nicole Santos (PCP)

No seguimento do ciclo de entrevistas que estamos a fazer juntamente com o JPN desta vez eu e a Liliana Pinho entrevistamos Nicole Santos da JCP.
Falamos daquilo que caracteriza a JCP, da alegada falta de liberdade de expressão no Porto e de educação.

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Duração total: 48:41

Começamos por perguntar como tinha visto a manifestaçao de 12-Março, se não sentia que em parte era também uma manifestação contra os partidos políticos e logo contra o PCP. A resposta é reveladora da forma como os seus militantes e apoiantes vêem o seu partido, nas palavras de Nicole Santos, “os partidos não são todos iguais, o PCP é o unico partido que é claramente contra este sistema“, “apresenta uma real alternativa aquilo que é o sistema actual”, nessa medida não se sentem incluidos nos protestos de 12-Março.

Aliás, “não se encaram como políticos” e refutam algumas criticas e obervações negativas que outras jotas põem ao modo de funcionamento da JCP destacando a dedicação, empenho com que desenvolvem as suas actividades.
Nicole Santos é também muito enfática a referir que a JCP consegue cativar os jovens e trabalhar em conjunto com eles nos locais onde eles estão, escolas, universidades, estruturas locais, etc.

Destaca ainda que os valores gerais da JCP “nunca podem ser vistos desligados do projecto do PCP” e que apontam para um projecto de sociedade que nunca poderia ser concrertizado no contexto de hoje, sendo por isso necessário a ruptura em relação ao [modelo] que temos actualmente.
Uma dessas rupturas seria a reconquista de diretos de abril que considera que foram perdidos.
Ainda em relação ao 25 de Abril, Nicole Santos, não acha que este seja um tema desajustado dos dias de hoje, e refere os exemplos das propinas e outras questões laborais.

Um dos temas centrais para a JCP é a educação, nomeadamente a questão da privatização do ensino e do risco que pode ser deixarmos de ter uma escola pública gratuita e de qualidade. Considera que aqui, como noutras questões, o problema essencial são as escolhas políticas e pergunta porque há “cortes na acção escolar quando há grande grupos economicos com grandes lucros?”
O mesmo tipo de opções políticas leva a que questione a forma como tem avançado a questão da autonomia das escolas. Na sua opinião, “o principio de nmaior autonomia não é mau. O que faz estar contra é que o Estado tem-se desresponsabilizado da gestão das escolas”, passando essas competências para as autarquias mas sem a respectiva contrapartida financeira. Considera que a verdadeira autonomia seria uma escola ter verbas para determinar que temas explorar, organizar debates, visitas de estudo, etc. Falhando isso então não há verdadeira autonomia.

Finalmente, e a propósito do regulamento municipal que indica onde pode ser afixada propaganda política (e que foi chumbado pelo tribunal constitucional) e da pressão que tem sido feita contra os murais do PCP, Nicole Santos concorda com a afirmação de que há falta de liberdade de expressão no porto e que os direitos conquistados defendem-se quando são exercidos pelas pessoas.

(imagem na homepage retirada do site Cidade Surpreendente)

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